Clube vegano sonha em fazer parte da elite do futebol brasileiro

Você já ouviu falar no Clube Laguna? Nascido em 2021, na região de Seridó, no Rio Grande do Norte, é o primeiro clube vegano do Brasil. Com camisa rosa e a certeza que é possível praticar esporte sem o consumo de alimentos de origem animal, o Clube Laguna vislumbra o sonho de chegar à elite do futebol nacional, sem abrir mão dos seus ideais mais caros: o futebol bonito e a sustentabilidade.

A agremiação de Tibau do Sul, pequeno município de cerca de 15.000 habitantes do Rio Grande do Norte, é a primeira a adotar ao veganismo nas Américas.

“Esse é um valor nosso, os atletas que chegam precisam saber e respeitar [o veganismo]. Do portão para fora, claro, não controlamos ninguém”, disse um dos donos do clube, Gustavo Nabinger.

O projeto do Laguna leva à risca o ideal de que é possível fazer futebol profissional – e em alto nível – sem o consumo de produtos animal, com sustentabilidade e jogando bonito. Há outra meta ainda mais audaciosa: chegar na elite do futebol nacional em apenas dez anos.

“O nosso objetivo é chegar na Série A do Campeonato Brasileiro em até dez anos, até 2032. Há o exemplo do Cuiabá, que subiu rapidamente de divisões”, explica.

O dia a dia do primeiro clube vegano das Américas

Não há nas seis refeições diárias oferecidas pelo clube absolutamente nada proveniente de animais. Itens como carnes, ovos ou derivados de leite são abolidos no dia a dia. A suplementação também vem toda de origem vegetal.

Os uniformes utilizados pelos atletas, confeccionados pela fornecedora Escudetto, são 100% poliéster e feitos de materiais inorgânicos – produzidos a partir de plástico e outros elementos sustentáveis. As aplicações, exceto o escudo do time, também possuem materiais sustentáveis.

“O veganismo é algo anterior ao clube. Sou vegano desde 2020, antes disso já era vegetariano desde 2003. A Deia, outra sócia, é vegana há seis anos e vegetariana há três. E o Rafael, também sócio, se tornou vegetariano no processo de construção da empresa. Então, não tinha como fazermos algo que não tivesse essa filosofia. Imagine servirmos 40 refeições diárias com carne e queijo? Não faz sentido para nós”, explica o técnico e dirigente.

Na primeira competição profissional disputada, a segunda divisão potiguar, no segundo semestre de 2022, o acesso bateu na trave. O time terminou na segunda colocação, com 26 pontos, empatado com o Alecrim, mas com saldo de gols inferior. Só o primeiro colocado conseguia o acesso.

“Fomos vice com menos de um mês de treino e perdendo por saldo de gols. É um compromisso que eu tenho, de que a gente vai chegar na Série A com uma equipe que as pessoas gostem de ver, que parem para assistir”, assegura Nabinger.

Esse ano o time tentará outra vez. Pelo projeto, é preciso pressa para chegar ao topo.