As Eliminatórias para a Copa do Mundo 2026 ainda nem começaram, mas já tem polêmica envolvendo o torneio. Isso porque, a competição terá, novamente, venda de direitos de televisão fragmentadas por federações nacionais. A Conmebol havia tentando unificar todos os jogos e comercializá-los juntos, mas as associações não toparam. Com isso, repete-se o sistema que gerou caos nas transmissões de jogos da seleção brasileira, um deles foi parar na TV Brasil.
As Eliminatórias da Copa 2026 tendem a repetir o formato com jogos de todos contra todos, e um total de 18 partidas por seleção. E haverá seis vagas e meia para o Mundial de um total de dez times.
A Conmebol fez a proposta de um formato alternativo, com grupos e menos jogos. Mas a maioria das federações tem preferência pelo formato da última Copa. O motivo é justamente que, assim, as associações têm mais partidas para serem comercializadas para grupos de mídia e empresas de marketing.
Havia uma proposta da Conmebol de unificar todos os direitos de partidas em uma venda conjunta, o que seria rateado posteriormente entre as federações. Mas as associações do Chile e do Paraguai já venderam os seus direitos de televisão. A confederação sul-americana, portanto, teria de bancar o valor já obtido para fazer um pacote.
Nas Eliminatórias para a Copa de 2026, é possível que cada jogo passe em uma emissora diferente
Com isso, o cenário tende a ser uma repetição das últimas Eliminatórias. Cada federação nacional, incluída aí a CBF, terá direito a vender nove jogos do seu time em casa. A confederação tinha negociado seu pacote com a Globo por US$ 2 milhões (cerca de R$ 10,8 milhões na cotação atual) por jogo.
O problema é que os outros direitos de partidas da seleção ficaram pulverizados pelas federações. E, depois, foram comprados em conjunto pela agência Mediapro. A empresa pediu valor maior do que o que a Globo queria pagar e não houve acordo inicialmente.
A CBF teve de comprar os direitos da partida diante do Peru e repassá-los para a TV Brasil para uma transmissão pontual. O jogo foi usado como propaganda pelo governo de Jair Bolsonaro. Depois disso, a TV Walter Abrahão chegou a comprar os jogos de visitante do Brasil. Mas, como não houve pagamento, o acordo deu para trás. Houve ameaça de o Brasil ficar sem transmissão dos jogos da seleção em TV aberta.
Até que a Globo fechou acordo para as partidas visitantes que restavam para o Brasil nas Eliminatórias e o cenário se normalizou. Com uma nova venda fragmentada, evitar uma outra incerteza sobre as transmissões da seleção vai depender de um acordo feito por televisões brasileiras com as federações locais.