Quem acompanha futebol, certamente já viu alguns lances bizarros, daqueles que você só acredita porque viu com os próprios olhos. E algumas dessas jogadas impensáveis acabam resultando em pênaltis, o que aumenta ainda mais a emoção do lance, digamos assim.
Nesse sentido, o alemão Timo Gerach precisa ser parabenizado. Ele conhece tão bem as regras do jogo que fez muita gente na segundona da Bundesliga descobrir detalhes inéditos. O juiz foi extremamente literal e rigoroso, mas aplicou a lei por uma bizarrice sem tamanho, em lance que provavelmente você nunca viu e não verá de novo: ao aparar uma bola num chute que saía pela linha de fundo, um reserva acabou cometendo pênalti ao time adversário.
Isso tudo aconteceu enquanto Holstein Kiel e Bochum se encaravam nesta sexta. O Kiel cumpria o seu dever de casa e vencia por um gol de diferença, quando o Bochum teve um bom ataque aos 35 minutos. O congolês Silvère Ganvoula recebeu o lançamento com certa liberdade e bateu cruzado, mas pegou mal na bola e a bola saiu pela linha de fundo.
Porém, este lance rendeu um pênalti. Como assim, se ninguém tocou em Ganvoula ou barrou o chute com o braço? O problema aconteceu no instante em que a bola saía pela linha de fundo. No acanhado estádio do Holstein Kiel, os reservas do time da casa aqueciam ao lado da meta. O arremate torto do atacante do Bochum seguiu na direção dos jogadores. Foi quando Michael Eberwein, meia que sequer entrou em campo ainda na temporada, apareceu. Ele esticou o pé e dominou a bola, evitando que ela acertasse os companheiros. Algo instintivo. No gesto banal, eis seu pecado: naquele momento do contato, a pelota não tinha saído completamente.
O Holstein Kiel também deu azar que a segunda divisão da Alemanha possui VAR. O árbitro Timo Gerach recebeu o aviso de seus auxiliares e contou com a ajuda da tecnologia para ver que a bola realmente não tinha cruzado por inteiro a linha de fundo.
Ele então que recorreu a um trecho pouco lembrado das regras do jogo, que diz: “Se a partida for parada e a interferência vier de um substituto, o jogo recomeça com um tiro livre direto ou um pênalti”.
Pênalti bizarro não chegou a atrapalhar resultado da partida
Sob vaias e diante de rostos espantados, Timo Gerach apontou o pênalti a favor do Bochum e também deu um cartão amarelo para Eberwein. Ganvoula, o mesmo que chutou a bola longe do gol, pôde se redimir na marca da cal. Não teve piedade da falha do reserva e balançou as redes.
A sorte do Holstein Kiel é que o empate sofrido não custaria tão caro assim. Antes do intervalo, Janni Luca Serra chegou a perder um pênalti do outro lado, mas conseguiu garantir a vitória por 2 a 1 no segundo tempo. O lance curioso não atrapalhou o resultado ao Kiel. Transformou-se em anedota.
“Foi uma cena inacreditável, da qual podemos rir agora. Michael provavelmente terá um bocado de coisas a dizer até o final da temporada”, brincou Ole Werner, técnico do Holstein Kiel, depois da partida. Enquanto alguns jogadores saíram de campo dizendo não conhecer ou não entender a regra, o comandante demonstrou tranquilidade ao reconhecer o acerto da arbitragem. Mesmo o presidente Steffen Schneekloth se disse “espantado com uma regra que parece nova”.