A rivalidade entre Brasil e Argentina sempre foi muito grande, mas já foi, digamos, mais branda. Exemplo disso é o ex-árbitro brasileiro Romualdo Arppi Filho, que morreu neste domingo (5), aos 84 anos, em Santos, vítima de um problema renal. O ápice da sua carreira no futebol foi apitar a final de Copa do Mundo de 1986, no México, vencida por 3 a 2 pela Argentina de Diego Maradona contra a Alemanha Ocidental.
E você deve estar se perguntando: a presença de um árbitro brasileiro em um jogo da Argentina já soa estranho correto? E uma finalíssima com a seleção argentina? Realmente, hoje, isso é impensável. Tanto é assim que, depois de Romualdo, jamais houve outro árbitro brasileiro em jogos da seleção vizinha em Copas do Mundo.
E não é exclusividade do Brasil: nenhum outro país da América do Sul teve árbitros em jogos da seleção argentina. A azul e branca foi a mais três finais depois de 1986, com árbitros do México (Edgardo Codesal, em 1990), Itália (Nicola Rizzoli, em 2014) e Polônia (Szymon Marciniak, em 2022).
Houve um outro brasileiro em finais de Copas do Mundo: Arnaldo Cezar Coelho, em 1982, no título da Itália contra a Alemanha Ocidental.
Como é feita a escolha hoje?
No Mundial do Qatar, no ano passado, por exemplo, a Fifa manteve uma comissão de arbitragem que avaliou a participação de cada um dos árbitros, estabelecendo notas e rankings para aferir a continuidade ou não dos profissionais na competição.
Tal comissão indicava, para as partidas seguintes, sempre profissionais de países não envolvidos na Copa. Pela avaliação interna e nacionalidade, por exemplo, o polonês Szymon Marciniak foi o escolhido pela Fifa para apitar a final do Mundial, entre Argentina x França.
“É fantástico, era meu sonho quando eu era menino. Apitar uma final de Copa do Mundo é como ser campeão para mim”, comemorou.
Para a arbitragem do Brasil, a lembrança da Copa do Mundo do Qatar ficou com o desempenho de Wilton Pereira Sampaio na vitória da França sobre a Inglaterra pelas quartas de final.
Os ingleses fizeram pesadas críticas ao seu desempenho, reclamando, por exemplo, de uma suposta falta não marcada no atacante Saka, na origem do primeiro gol da França, e um pênalti não assinalado durante a primeira etapa do jogo.
O zagueiro Harry Maguire chegou a dizer que “não havia palavras para explicar o quanto ele foi ruim”, e a revista ‘FourFourTwo’ chegou a elegê-lo, em tom de ironia, como o “vilão do ano” no país.