O ex-jogador Pedrinho, revelado pelo Vasco e ídolo do clube, que também teve passagem marcante pelo Palmeiras, e atualmente é comentarista do grupo Globo, frequentemente levanta o debate em torno da saúde mental de jogadores de futebol e atletas em geral. E Pedrinho fala sobre o assunto com propriedade. Na época em que defendeu o Palmeiras, entre 2002 e 2003, ele conviveu com depressão profunda.
“Eu tomei 14 comprimidos. (…) Não é uma ‘tristezinha’. No meu caso, as coisas tomaram uma proporção que eu não conseguia mais ter um raciocínio normal. Se eu olhasse para o meu joelho, e achasse que ele estava inchado, era como se eu tivesse recebido um diagnóstico de lesão”, comenta o ex-jogador e atual comentarista.
Pedrinho conviveu com muitas lesões durante a carreira e perdeu oportunidades na seleção brasileira por conta das questões físicas. Ao todo, foram cinco lesões sérias no joelho.
“A depressão fez por muitos momentos eu não querer mais viver. Não tentei tirar a minha vida, mas eu não tinha mais vontade de viver”, declarou Pedrinho.
Pedrinho contou que período de depressão foi mais difícil que lesões sofridas na carreira
Em seguida, ele revelou situações em que se colocava durante o período mais complicado de sua carreira: “Às vezes, eu ia para o treino, eu tinha um carro importado, eu abria o vidro e colocava o braço para fora com o relógio para ver se eu era assaltado para acontecer alguma coisa para ver se eu morria. Eu não tinha mais vontade. Foi muito difícil”, relatou.
Marcado pela qualidade técnica e pela carreira no Vasco da Gama, o ex-atleta deixou claro que o período de depressão foi muito mais conturbado do que as lesões sofridas.
“Se tivesse que escolher entre as cinco lesões no joelho e não ir para a Seleção, ficar fora de uma Copa, das Olimpíadas ou ter a depressão? Eu prefiro ficar fora da Copa, ter cinco lesões e não ter a depressão”, finalizou Pedrinho.