Tem um ditado que diz que “a justiça tarda, mas não falha”. E ele se aplica bem ao momento vivido pela Uefa, a mandatária do futebol europeu, desde que um relatório que revisou o caos antes da final da Liga dos Campeões de 2022 entre Liverpool e Real Madrid afirmou que os organizadores da entidade foram responsáveis pelos eventos que se desenrolaram e “quase resultaram em desastre”.
Órgão regulador do futebol europeu, a Uefa pediu desculpas ao Liverpool por inicialmente culpar os torcedores do clube de Merseyside pela confusão, após a divulgação de um relatório independente nesta segunda-feira.
A final foi adiada por 36 minutos depois de milhares de torcedores do Liverpool não conseguirem entrar no Stade de France para a partida de 28 de maio, vencida pelo Real por 1 a 0, enquanto a polícia francesa usava gás lacrimogêneo contra pessoas, incluindo mulheres e crianças, segundo vídeos.
Uefa se desculpa pelo ocorrido
A Uefa e as autoridades francesas apontaram, na época, a fraude de ingressos como responsável pelo caos, mas o relatório afirma que não há evidências para apoiar tais afirmações.
A final “será lembrada como um momento de sofrimento para muitos torcedores, mas também deve ser um lembrete de uma situação que definitivamente não queremos presenciar novamente no futuro em nenhum evento esportivo na Europa ou em qualquer lugar do mundo”, disse Tiago Brandão Rodrigues, membro do Parlamento de Portugal, que presidiu a investigação.
O secretário-geral da Uefa, Theodore Theodoridis, disse que a entidade de futebol “gostaria de se desculpar mais uma vez com todos aqueles que foram afetados pelos eventos que se desenrolaram no que deveria ter sido uma celebração no auge da temporada de clubes”.
O Liverpool disse estar desapontado por não ter recebido uma cópia do relatório antes que ele saísse em vários veículos de comunicação britânicos horas antes de ser oficialmente divulgado.