Técnico dispara que acha ruim colocarem arbitragem feminina

Em pleno ano de 2023 e ainda nos deparamos com atitudes machistas no futebol, diminuindo a qualidade de uma profissional apenas pelo fato de ser do sexo feminino. Infelizmente, fatos como esse são mais comuns do que parece. Equipes de arbitragem feminina estão tendo que lidar com esse problema, que pdoe virar caso de polícia.

Alguns casos acabam ganhando mais repercussão, como foi o episódio repugnante e intolerável ocorrido no futebol paraibano na noite da última segunda-feira, 30 de janeiro, durante o ‘Clássico Botauto’, entre Botafogo-PB e Auto Esporte-PB, pelo Campeonato Paraibano.

Como aconteceu a ofensa à arbitragem feminina

Após ser expulso em um lance de confusão dentro de campo, o zagueiro Tiago Bob, do time automobilista, insinuou que sua expulsão aconteceu de forma errada e que isso se deu apenas pelo fato de a árbitra ser mulher. A situação foi relatada em súmula.

O ocorrido se deu por volta dos 25 minutos do segundo tempo, quando Willian Kaefer, do Botafogo-PB, fez falta em Léo Henrique. Os dois jogadores se desentenderam e, na sequência, Thiago Santos, do Auto Esporte-PB, atingiu Kaefer com um empurrão por trás e, com isso, iniciou-se uma confusão entre atletas dos dois times.

No meio da confusão, o zagueiro Tiago Bob, que já havia recebido cartão amarelo por reclamação, recebeu o segundo amarelo, dessa vez por empurrar adversários em meio ao tumulto, e foi expulso. Ao sair de campo, o zagueiro esbravejou:

“É nisso que dá botar mulher para apitar”, disse Tiago Bob ao deixar o campo de jogo.

A fala do atleta foi ouvida por algumas pessoas que estavam à beira do gramado, entre eles o delegado da partida, Gerson Tomaz da Silva Júnior, que repassou a informação para a árbitra Ruthyanna Camila. Ela relatou tudo em súmula, reforçando que se sentiu ofendida.

“Informo que me senti ofendida em minha honra e moral”, afirmou a árbitra.

Ruthyanna Camila tem 27 anos e é árbitra do quadro da CBF desde 2015, sendo a única mulher do quadro da Federação Paraibana de Futebol (FPF-PB). Ela entrou para a história do futebol paraibano ao se tornar a primeira mulher a apitar o maior clássico do futebol do estado, o ‘Clássico dos Maiorais’, entre Campinense e Treze, no Campeonato Paraibano de 2022.