Empresa quer pagar quase 5 bilhões para criar Liga do Brasil

Lembra da Liga Forte Futebol do Brasil? Composta por 26 clubes brasileiros, a liga, que na verdade ainda nem saiu do papel, já ganhou uma investidora de peso. A gestora americana Serengeti fez proposta para se tornar sócia da potencial liga de clubes do futebol brasileiro. O montante prometido pela empresa é de aproximadamente R$ 4,85 bilhões.

Dirigentes do Forte Futebol se reúnem na tarde de segunda-feira, 30 de janeiro, inclusive, para tratar do assunto. É possível que condições e termos da oferta sejam renegociados e mudem até a assinatura.

Segundo o acordo, a liga seria formatada como uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), da qual fariam parte os clubes. Caso a oferta seja aceita, seus dirigentes venderiam uma participação de 20% sobre o negócio para a companhia, que se tornaria sócia na gestão do futebol.

A Serengeti promete o pagamento desse valor em três parcelas. A primeira corresponde à metade do montante, próxima a R$ 2,4 bilhões, e seria depositada imediatamente. As parcelas seguintes seriam de R$ 1,2 bilhão cada e venceriam após 12 e 18 meses, respectivamente.

Esses termos serão válidos apenas caso a liga de clubes tenha no mínimo 36 representantes no Campeonato Brasileiro e na Série B em 2023. Caso a adesão seja menor, o valor do aporte será reduzido.

Na hipótese de uma liga com um mínimo de 22 clubes nas duas divisões nacionais mais altas, o investimento pela compra dos mesmos 20% seria de R$ 2,18 bilhões. Dirigentes têm até 30 de abril deste ano para decidir quantos e quais clubes fariam parte da liga, a fim de definir a quantia.

Incentivo à formação da Liga do Brasil

A Serengeti é uma gestora de investimentos com base nos Estados Unidos, fundada em 2007 por Joseph LaNasa. Além do aporte bilionário, a empresa sinaliza o depósito de R$ 350 mil para cada clube do Forte Futebol como um “gesto de boa vontade”, dinheiro que cairia antecipadamente nas contas bancárias deles.

O repasse só ocorrerá se pelo menos 22 clubes, dos 26 que já compõem o bloco, aceitarem os termos. E o dinheiro precisará ser devolvido à gestora de investimentos caso a liga não seja concretizada.

Hoje, perdura nos bastidores o entrave entre dirigentes em relação à fundação da liga. Enquanto o Forte Futebol representa os interesses de 26 clubes, há outro grupo, formado por 18, denominado Libra. Negociações entre ambos os lados travaram no segundo semestre do ano passado.

Existem divergências em relação à distribuição dos valores dos direitos de transmissão, sobre a possibilidade de parte do negócio ser vendida para um sócio e também a respeito de seus operadores.