Desde o início de outubro do ano passado, a Itália requisitou ao Brasil a extradição do ex-jogador Robinho, condenado no país europeu por estupro. Robinho recebeu a pena de nove anos de prisão em dezembro de 2020, no caso que investigava a violência sexual contra uma jovem de origem albanesa, em 2013.
Acontece que a Constituição brasileira não permite a extradição de seus cidadãos por crimes comuns. Ou seja, como está em território brasileiro, Robinho segue livre no país, apesar de causar burburinho e polêmica por onde passa. O ex-jogador do Santos e da seleção brasileira passa boa parte do tempo recluso, em casa.
Em 19 de janeiro deste ano, Robinho teve a condenação confirmada pela mais alta instância da Justiça italiana. Quase um mês depois, em 16 de fevereiro, foi emitido um mandado de prisão internacional. Isso significa que se ele deixar o país, pode ser preso em qualquer outro lugar do planeta.
Itália teria que solicitar ao Brasil que Robinho cumprisse a pena aqui
A presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), Marina Araújo Coelho, concorda com a inviabilidade da extradição de Robinho do Brasil para a Itália, mas afirma que existe a possibilidade de a pena ser aplicada pela justiça brasileira.
“Existe a possibilidade de o Brasil importar a pena, mas não seria automático. A Itália deveria expedir um pedido à Justiça brasileira”, explica a especialista.
Aí é que está a questão que tem intrigado a todos que acompanham o caso envolvendo Robinho. Resta, portanto, que o governo da Itália solicite ao Brasil que ele cumpra a pena no país, o que, até hoje, estranhamente, não aconteceu.
Aos 38 anos, Robinho não entra em campo por uma partida oficial desde 2020, quando defendia o Istambul Basaksehir, da Turquia. O jogador chegou a ser anunciado pelo Santos em outubro daquele mesmo ano, mas a contratação foi cancelada após pressão da torcida e de patrocinadores por causa do processo por estupro.