Pelo menos no Brasil atual, o envolvimento de uma pessoa em manifestações a favor dos direitos humanos e liberdade das mulheres é algo visto com bons olhos. Mas não é assim que funciona no mundo todo. No Irã, por exemplo, isso é considerado uma traição e pode levar à prisão ou até a pena de morte.
O jogador de futebol iraniano, Amir Nasr Azadani, foi condenado a 26 anos de prisão por se envolver em um evento do tipo. A pena foi confirmada cerca de um mês após a acusação, que poderia resultar até mesmo em pena de morte.
Amir Nasr Azadani, que lidava com a possibilidade de execução por enforcamento, esteve, no dia 16 de novembro, em protesto que contestava a morte de Mahsa Amini e terminou na morte de três policiais.
Inicialmente, ele havia sido condenado à morte, mas escapou desta pena. Um abaixo-assinado colheu mais de 1,6 milhão de assinaturas em oito países contra a execução do jogador de futebol. Após a acusação, diversas personalidades do futebol internacional, incluindo o FIFPro, sindicado dos jogadores profissionais de futebol, se posicionaram contra.
Amir Nasr Azadani foi acusado de “incorrer em crimes contra a ordem pública, reunir e conspirar para violar a segurança do país”, além de cometer ‘moharebé’, “um crime contra Deus”, segundo informações da rede ‘Iran International’, reproduzida pela agência de notícias DPA. Ele supostamente teria participado do assassinato de três membros das forças de segurança do Irã, além de ter cometido outros delitos durante os protestos.
Amir Nasr Azadani tem contrato Iranjavan FC, do Irã. O atleta, que se profissionalizou em 2015 no futebol, já vestiu ainda a camisa de outros três clubes locais.
Jogador iraniano não foi o único condenado por onda de protestos no Irã
Além de Amir Nasr Azadani, outros três réus pelo assassinato dos militares islâmicos foram condenados à morte. Uma quarta pessoa envolvida pegou sentença de dois anos.
O Irã enfrenta uma onda de protestos em todo o país, que foram desencadeados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial em setembro. A jovem teria sido detida pela polícia por supostamente violar as estritas regras sobre o uso do véu islâmico.