Torcedores e jornalistas costumam tratar as contratações como “veio para ser titular”, “para compor elenco” e “aposta”. Mas depois de vestir a camisa do clube, tudo pode mudar, sobretudo os status mencionados acima. As vezes a surpresa é positiva, em outras negativa. Foi o que aconteceu com o Atlético-MG nos casos do paraguaio Ramón Martínez e do uruguaio Lucas Hernández.
A dupla foi contratada em 2019 e, juntos, custaram R$ 18 milhões aos cofres do Galo. Mas ambos fracassaram e fizeram, somados, apenas 21 jogos com a camisa do clube. Ou seja, como não seriam aproveitados, deixam de ocupar a folha salarial do Atlético-MG.
O lateral uruguaio tinha contrato no Galo até 31 de dezembro de 2022. Passou por empréstimos no Cuiabá e no Sport Recife. Já o volante paraguaio detinha um vínculo maior, até 30 de junho de 2023. Entretanto, o Atlético-MG conseguiu antecipar a sua rescisão contratual, e ele já assinou com o Olimpia, do Paraguai. O Galo manteve 50% de uma futura venda.
A negociação do Atlético-MG com o Olimpia é vista internamente no Galo como “milagre”. Afinal de contas, o jogador já podia assinar pré-contrato com qualquer outro clube, mas o Alvinegro, além de tirá-lo do gasto mensal com elenco, poderá lucrar futuramente.
Conheça o histórico de Ramón Martinez e Lucas Hernández, ambos agora ex-jogadores do Atlético-MG
Aos 26 anos, Ramón Martínez foi reserva no Novorizontino na disputa da Série B de 2022. Revelado pelo Guaraní-PAR, ele havia sido emprestado ao Libertad (e foi campeão nacional), além do Coritiba. Já Lucas Hernández, que irá completar 31 anos, foi comprado pelo Galo após ser observado no Peñarol.
O volante fez 14 jogos pelo Atlético, e chegou a ser usado por Rafael Dudamel no começo de 2020. Já Lucas Hernández perdeu espaço antes, e somou só sete apresentações. O Galo contratou Guilherme Arana e o volante Allan no início daquele 2020, ao custo total de R$ 28 milhões.
O ex-diretor de futebol do Atlético, Rui Costa, foi quem revelou os valores das duas compras ao pedir direito de resposta a uma reportagem do jornal ‘O Tempo’. Atualmente no São Paulo, o executivo chegou a admitir que Ramon Martínez e Lucas Hernández foram reforços “equivocados”.
“As únicas contratações com desembolso feitas em minha gestão em 2019 foram Lucas Hernandez e Ramón Martinez, ao custo total de R$18 milhões, com ajuda de investidores”, afirmou Rui Costa.