Com o desempenho bem abaixo do esperado da seleção brasileira durante a Copa do Mundo e as atuações destacadas da até então campeã França e da agora atual campeã Argentina, certamente mexeram no popular (e criticado) ranking da Fifa e tiraram a seleção canarinho do topo da lista. Certo? Errado!
A primeira edição do ranking mundial da Fifa após a Copa do Mundo, divulgada nesta quinta-feira, 22 de dezembro, trouxe o Brasil ainda como líder, à frente da Argentina, que levou o título mundial no Catar, e da França, vice-campeã. A lista polêmica voltou a levantar questionamentos sobre a fórmula usada pela entidade para calcular as pontuações e trouxe a pergunta: por que o Brasil segue líder, mesmo após decepcionar e cair nas quartas de final do Mundial?
Entre os motivos que “explicam” a manutenção do Brasil na liderança – onde chegou em março deste ano -, está o fato de a Fifa descartar os possíveis pontos negativos produzidos em eliminações em fases de mata-mata.
O que também pode ter impedido a Argentina de ficar com a liderança do ranking mundial neste momento foi o fato de a grande decisão ter sido resolvida em disputa de pênaltis. Se os argentinos tivessem conseguido segurar a vantagem aberta no tempo normal ou na prorrogação, eles não só faturariam a taça, mas também poderiam estar no topo da lista da Fifa.
Como funciona o algoritmo da Fifa para elaboração do ranking?
Por conta de muitas críticas ao modelo anterior para chegar à pontuação, a Fifa decidiu mudar sua fórmula depois da Copa do Mundo de 2018 – sabendo da importância do ranking, que define os cabeças de chave do Mundial.
O novo modelo de cálculo do ranking é baseado no método Elo de cálculo, criado originalmente para se medir a força relativa entre jogadores de xadrez e usado em classificações de outros esportes há algumas décadas. Foi adaptado com o algoritmo “SUM”, desenvolvido especificamente para as particularidades do futebol.
O modelo de pontuação do ranking da Fifa foi revisto após dois anos de tentativas para criar um algoritmo mais preciso, permitindo “oportunidades iguais a todas as seleções” para subir na lista. A lógica da conta não é uma média dos resultados – como a fórmula anterior -, mas um método que soma ou tira pontos de um time de acordo com o nível dos adversários, medido também pelo próprio ranking.
O algoritmo criado pela Fifa para seu ranking foi batizado de “Sum” (soma, em inglês) e, de acordo com a entidade, busca “tirar importância dos amistosos e aumentar a importância das fases finais das competições” e “dar mais importância aos jogos de fase de mata-mata do que os de fase de grupos”, tirando do cálculo derrotas nestes jogos eliminatórios.