Engana-se quem pensa que é hostil a relação entre norte-americanos e iranianos no Catar, durante a disputa da Copa do Mundo 2022. Diferente das relações políticas e diplomáticas, estremecidas há décadas, só o futebol é capaz de unir dois “lados opostos” nas arquibancadas. Foi isso que se viu no empate de 1 a 1 entre as seleções.
Nada do clima de hostilidade que era previsto para o jogo. O que se viu foram iranianos e norte-americanos compartilhando fotos, trocando abraços e sorrisos e não levando nada da tensa relação entre os dois países à partida da terceira rodada do Grupo B.
O clima pacífico ficou representado no casal norte-americano Lee e Amanda Ibrahim. Eles ficaram cerca de meia hora parados, atendendo a cada iraniano que pedia uma foto. Os dois estavam ornamentados com as cores da bandeira dos Estados Unidos nas roupas e no rosto. E ninguém lembrava que os governos de seus dois países se odeiam.
“Está tudo muito amigável. Acho que a Copa do Mundo vem antes de qualquer política que esteja acontecendo, e acho que tudo mundo que está aqui está querendo curtir uma boa partida como torcedores desse grande esporte. Nós só estamos aqui para apoiar nosso time. Ninguém está pensando em política. Deixamos isso com os governos”
Irã e Estados Unidos teve climas distintos nas arquibancadas e no campo
Entre os iranianos, como em todas as partidas anteriores, vários exibiram mensagens de apoio às mulheres do país e em memória da jovem Mahsa Amini.
Em campo, no entanto, os jogadores das duas seleções apenas cumpriram o protocolo inicial da partida. Apertos de mão, troca de flâmulas, e cada um para o seu lado. Não houve foto oficial juntos ou flores dos iranianos aos norte-americanos, como no famoso Jogo da Paz, da Copa do Mundo de 1998. A missão de selar a união ficou nas arquibancadas.