Você já ouviu falar no termo Rec 5? Essa é a expressão utilizada por Tite e seus auxiliares diretos nos bastidores da seleção brasileira para definir um conceito tático considerado fundamental no jogo do Brasil ao longo dos últimos anos. Consiste basicamente em recuperar (daí o “rec”) a posse de bola até cinco segundos depois de tê-la perdido para o adversário.
“É o perde-pressiona. Tem uns que chamam de cinco segundos de loucura, outros que chamam de pressão imediata, de Rec 5. Usem o nome que quiserem”
Na prática, o Rec 5 funciona assim: a seleção brasileira está com a posse de bola no ataque, mas o adversário rouba a bola. A partir daí há duas opções: recuar para marcar atrás e tentar atrapalhar a jogada do adversário; ou se esforçar para recuperar a bola antes de o adversário passar para seu campo de jogo.
No caso da seleção brasileira, a segunda opção é a prioridade. E mais, essa pressão tem que ser instantânea, dentro de cinco segundos do momento em que a posse foi perdida. Esse é o Rec 5. Parece simples, mas não é. A comissão técnica da seleção conta as vezes em que a tática deu certo em cada jogo e a média geral é próxima de 20%. Ou seja, de cinco vezes que o time perde a bola no ataque, em uma consegue recuperar rápido.
Por que o Rec 5 pode levar a seleção brasileira ao hexa?
Tite valoriza o Rec 5 porque permite o aumento do tempo do jogador com a bola e a chance de jogadas mais trabalhadas. Mas o comandante brasileiro entende que a aplicação desse conceito depende de muitos fatores, inclusive físicos. Não é um número aleatório.
É preciso saber quantas vezes ocorre, em que lugar do campo e com quais jogadores, o que pode até mudar a escalação do Brasil em algum momento da Copa do Mundo, dependendo do adversário. Gabriel Jesus, por exemplo, é um especialista no conceito.
Na próxima quinta-feira, 24 de novembro, a seleção brasileira estreia no Mundial do Catar, às 16h (horário de Brasília), diante da Sérvia, pelo Grupo G, que ainda conta com Camarões e Suíça.