O goleiro Maringá, do Arema, clube envolvido em jogo que terminou com pelo menos 174 mortes na Indonésia após briga generalizada, relatou o medo e a tensão dentro do gramado.
Em entrevista ao “ge”, o arqueiro com passagens por Gama e Mogi Mirim comentou sobre como a confusão se instaurou. Segundo ele, tudo ocorria bem mesmo após o final da partida, que terminou com a derrota de sua equipe por 3 a 2 contra o Persebaya Surabaya. Após um grupo partir em sua direção, a briga começou.
“Foi uma cena lamentável. Depois do jogo, como nós temos o hábito de cumprimentar os torcedores, ficamos alguns minutos no campo ainda. Fizemos isso. Logo após vimos que estavam invadindo. Policiais pediram que a gente se retirasse e fosse até o vestiário. E a gente saiu normalmente caminhando, só que a invasão foi tão grande que os policiais não conseguiram conter. Se você reparar no vídeo, eu sou o último a sair. Quando estou saindo, veio um grupo de mais ou menos umas oito pessoas e me agarrou. Eu já não conseguia sair. Aí eu temi.”, disse.
Os atletas e a comissão técnica do Arema ficaram refugiados no vestiário da equipe por cerca de cinco horas. De lá, se podia ouvir o barulho, mas a sensação era de pânico.
“A gente não sabia de nada, ficou no vestiário por cinco ou seis horas. Só se ouviam gritos, barulho de bomba e ninguém sabia informar nada. A gente temia muito pela vida dentro do vestiário. A gente pensava: “Vão invadir aqui e matar todos que estão aqui dentro“, afirma Maringá, que prosseguiu:
“De repente trouxeram pessoas que já estavam agonizando por inalar a fumaça de gás lacrimogêneo. Chegaram a óbito dentro do vestiário. Quando eu vi aquilo eu desesperei. Falei: “Meu Deus, vou perder minha vida num jogo de futebol“”
Após o ocorrido, que chocou o mundo do futebol, o campeonato indonésio foi suspenso. Milhares de homenagens foram feitas aos que faleceram na confusão. A FIFA, até o momento, não se pronunciou sobre o ocorrido.