Após forte pressão, presidente do Corinthians acabou renunciando ao cargo

Em meio a uma das fases mais turbulentas da história do Corinthians, Alberto Dualib decidiu, ainda em 2007, renunciar à presidência do clube. Envolvido em acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o dirigente encaminhou sua carta de renúncia ao então presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger.

Pouco depois, o vice-presidente Nesi Cury também oficializou seu desligamento. Na época, com a confirmação da saída de Dualib, coube a Senger assumir o comando interinamente, com a responsabilidade de convocar eleições no prazo de até 30 dias, apenas para completar o restante do mandato, que seguiria até o ano seguinte.

O fato de deixar o cargo de maneira antecipada, acabou anulando a reunião do Conselho que votaria sua destituição por meio de impeachment. Tanto ele quanto Cury já estavam afastados temporariamente dos cargos quando a decisão foi tomada. O estopim para a saída definitiva foi a proximidade da votação que confirmaria seu afastamento permanente.

Raízes da crise do Corinthians já apontavam anos antes

A decisão seria tomada no Corinthians naquele mesmo dia. As raízes da crise, porém, começaram anos antes. Em 2004, o clube fechou parceria com a MSI, acordo que desde o início gerou desconfiança entre conselheiros e oposição. A principal preocupação estava na origem obscura dos recursos trazidos por Kia Joorabchian, empresário iraniano que representava o grupo.

Ao prestar depoimento à Justiça paulista, Dualib declarou não saber da suposta ilegalidade envolvida no aporte financeiro. No entanto, grampos telefônicos realizados pela Polícia Federal, e compilados em um extenso relatório de 72 páginas da Operação Perestroika, revelaram conversas comprometedoras.