Ednaldo Rodrigues abre mão de cargo e passa o bastão a Leila Pereira
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, tem se destacado na luta contra o racismo no futebol. Recentemente, ela foi escolhida para representar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Congresso da Fifa, que acontecerá no Paraguai. O evento reunirá 211 associações filiadas à Fifa para discutir temas cruciais, incluindo o combate ao racismo, um problema persistente no esporte.
O convite para Leila participar do Congresso veio de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Este convite destaca a importância do papel de Leila na promoção de um futebol mais inclusivo e livre de discriminação. A participação dela no evento é um pass soluções mais eficazes para combater o racismo no futebol.
Contexto do racismo envolvendo o Cerro Porteño
O Palmeiras tem enfrentado repetidos casos de racismo em jogos contra o Cerro Porteño, do Paraguai. O incidente mais recente ocorreu em maio de 2025, durante uma partida da Copa Libertadores em Assunção. Torcedores do Cerro Porteño foram flagrados imitando macacos, um gesto racista dirigido aos jogadores do Palmeiras. Este foi o quarto incidente semelhante desde 2022, destacando a necessidade urgente de medidas mais eficazes.
O clube brasileiro criticou a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) pela falta de ações contundentes. A Conmebol, que será a anfitriã do Congresso da Fifa, aplica atualmente multas e punições como o fechamento de estádios, mas estas medidas têm se mostrado insuficientes para prevenir novos casos.
O combate ao racismo será um dos temas centrais do Congresso da Fifa. Recentemente, o Conselho da Fifa aprovou mudanças no regulamento para lidar com casos de discriminação. As federações nacionais agora devem incluir sanções específicas em seus códigos disciplinares para episódios de racismo, xenofobia e misoginia.
A Fifa também poderá intervir diretamente se considerar que uma federação negligenciou um caso de discriminação. A entidade tem defendido punições mais severas, como perda de pontos ou exclusão de competições, além das multas financeiras. Estas mudanças refletem um compromisso renovado em erradicar o racismo do futebol.
O Palmeiras tem sido vocal em sua condenação aos atos de racismo. Em resposta aos incidentes, o clube emitiu notas oficiais criticando a conivência do Cerro Porteño e a ineficácia das punições aplicadas até agora. Leila Pereira, em particular, tem sido uma defensora ativa de ações mais duras e efetivas.
Além disso, houve discussões sobre a possibilidade de clubes brasileiros boicotarem a Libertadores, uma ideia que gerou controvérsia. O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, fez uma declaração infeliz comparando a competição a “Tarzan sem a Chita”, pela qual posteriormente se desculpou.